24 Setembro 2021
Atualidade
Mais de 26% dos professores declararam preocupação num inquérito nacional com a sua saúde mental e bem-estar e 23,5% queixaram-se de excesso de trabalho num inquérito nacional, onde 68% apontaram a falta de assistentes operacionais nas escolas.
Estes são alguns dos resultados da consulta realizada pela Federação Nacional de Educação (FNE), que contou com respostas de quase 900 professores e cerca de 100 funcionários de todo o país.
O inquérito ‘online’ tinha como objetivo perceber as condições nas escolas no arranque do ano letivo e cerca de um quarto dos professores admitiram estar preocupados com a sua saúde mental e bem-estar (26%) assim como com o excesso de trabalho (23,5%).
As queixas de excesso de trabalho foram ainda maiores entre o pessoal não docente (25%), o que estará relacionado com a falta de pessoal nas escolas, referiu o secretário-geral da FNE em declarações à Lusa.
Segundo João Dias da Silva, “68% disse que os assistentes operacionais nas suas escolas eram insuficientes”.
“A insuficiência de assistentes operacionais é resultado de o Ministério da Educação ter lançado demasiado tarde os concursos, o que fez com que as escolas não se conseguissem organizar a tempo e horas”, criticou em declarações à Lusa.
Para João Dias da Silva o resultado do inquérito espelha as preocupações que têm sido levantadas pela FNE.
Entre elas está o processo de distribuição de computadores pelos docentes. A maioria já recebeu o equipamento, mas “42% ainda não teve acesso a computador este ano letivo”, lamenta João Dias da Silva.
Outro dos alertas que tem sido feito pela FNE diz respeito à urgência de melhorar o sinal de Internet nas escolas, mas o inquérito mostra que ainda há problemas em muitos estabelecimentos de ensino.
“Quase 20% dos professores diz que as condições de acesso à rede são más e 43% aponta que são apenas razoáveis. AS ligações continuam a ir abaixo e não há qualidade”, disse o secretário-geral da FNE.
Também há problemas relacionados com a organização do horário de trabalho, com professores a queixarem-se de lhes terem turmas de diferentes níveis de ensino e com 27,4% dos docentes com mais de 90 alunos atribuídos.
O excesso de turmas e alunos torna também difícil conseguir conciliar os horários dos diferentes docentes para que possam realizar trabalho de equipa e colaborativo.
No inquérito, um em cada quatro professores (24%) queixou-se de não ter condições para o exercício do trabalho cooperativo que é essencial, “porque permite a partilha de práticas e experiências”, lembrou.
A consulta mostra ainda que a maioria dos professores está confiante em relação às medidas de segurança aplicadas pelas escolas para que esta seja um "local seguro".
Lisboa, 24 set 2021 (Lusa)
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