O Secretariado Nacional da UGT realizado hoje na sua sede em Lisboa aprovou, por unanimidade e aclamação, uma resolução que abordou os seguintes temas:
- CIMEIRA SOCIAL DO PORTO | REALIDADE E EXPECTATIVA- O DIÁLOGO SOCIAL E A NEGOCIAÇÃO COLECTIVA COMO INSTRUMENTOS CRUCIAIS PARA A REGULAMENTAÇÃO DO TELETRABALHO- UMA NOVA VAGA DE TRABALHADORES PRECÁRIOS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA- EM DEFESA DO SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE E DOS SEUS PROFISSIONAIS
- NOVOS DESAFIOS DO SISTEMA EDUCATIVO EXIGEM INVESTIMENTO E DIÁLOGO
O Secretariado Nacional da UGT está consciente de que a concretização do pleno regresso ao ensino presencial, que se desenvolveu desde abril passado, transporta para o sistema educativo uma enorme responsabilidade ao nível da compensação dos efeitos negativos do longo tempo em que foi necessário garantir um ensino remoto, e em que a questão do agravamento das desigualdades atingiu elevada dimensão, como vários estudos têm vindo a apontar.
É por este motivo que o Secretariado Nacional da UGT considera imprescindível que os profissionais da educação vejam reconhecidas condições especiais e urgentes para trabalharem,com o objetivo de que os alunos retomem a dinâmica do ensino-aprendizagem, recuperem os atrasos e aprendizagem que todas estas circunstâncias provocaram e para que se promovam efetivas condições de equidade.
Para este efeito, o Governo tem de investir de forma determinada,para garantir mais professores e mais técnicos especializados nas escolas, mais recursos tecnológicos e condições para a sua utilização, respeito pela autonomia das escolas e dos seus profissionais, focalização dos professores no trabalho com os seus alunos, libertando-os de tarefas acessórias.
Mas o Secretariado Nacional da UGT afirma ainda,com clareza,que a pandemia não pode fazer esquecer que os profissionais da educação continuam a precisar de mudanças de políticas educativas, como os sindicatos da Educação da UGT e a própria UGT já reclamavam antes da pandemia.
Faltam políticas concretas de reconhecimento e valorização dos profissionais deste setor. Há problemas que estão identificados há muito tempo e que precisam de ser resolvidos, e a pandemia não pode ser o pretexto para não os resolver, tais como:
A precariedade, o envelhecimento, a falta de rejuvenescimento, a falta de atratividade da profissão docente, os mecanismos inadequados de avaliação de desempenho, a carga burocrática inútil imposta aos professores que precisa de ser eliminada, a sistemática ultrapassagem dos limites do tempo de trabalho, a definição de condições específicas para a aposentação.
A verdade é que o Governo não promoveu uma atitude de diálogo, como era necessário que tivesse acontecido, para que estas questões tivessem sido já resolvidas em contexto de negociação.
No mês em que a presidência portuguesa do Conselho Europeu tanto investiu junto dos governos de toda a União Europeia na dinamização do diálogo social, como fator essencial para que o Pilar Europeu dos Direitos Sociais seja uma realidade, não pode a nível interno o Governo português, e particularmente o seu Ministério da Educação, continuar a manter uma posição de indisponibilidade para o diálogo e para a negociação.
Não é ignorando os sindicatos e fugindo ao diálogo que o Governo resolve os problemas estruturais do país, sobretudo num setor que educa, forma e prepara as gerações que governarão o país no futuro próximo.
É neste contexto que o Secretariado Nacional da UGT reitera o seu apelo ao Ministério da Educação para que adote uma disponibilidade efetiva para o diálogo, que permita o encontro de soluções ajustadas a uma plena valorização e reconhecimento dos profissionais deste setor. Em nome dos profissionais docentes e não-docentes, dos alunos e das famílias e do País.
Conheça a resolução da UGT no link abaixo♦ Resolução do Secretariado Nacional - 28 maio 2021 - Lisboa