O Secretariado Nacional da UGT realizado hoje na cidade de Bragança aprovou, por unanimidade e aclamação, uma resolução que abordou os seguintes temas:
1. Contributos da UGT sobre o Orçamento Suplementar 2020;
2. Efeitos da Pandemia tornam evidente a necessidade de reforçar o investimento nos serviços públicos e de valorizar os salários e as carreiras dos trabalhadores da Administração Pública;
3. Em Defesa do SNS. Em defesa de todos os profissionais de saúde;
4. Na resposta social à crise. É necessário mais investimento na Educação;
5. Justiça;
6. Algumas questões urgentes no diálogo com o Governo;
7. A UGT rejeita despedimentos na TAP;
8. Sector Bancário. É necessário desbloquear a contratação colectiva;
9. UGT apela à responsabilidade de todos no desconfinamento.
Destacamos o ponto 4 da resolução aprovada, que destaca ãlgumas das questões específicas da Educação:
4. NA RESPOSTA SOCIAL À CRISE, É NECESSÁRIO MAIS INVESTIMENTO EM EDUCAÇÃO
Para a UGT, a educação deve ser uma das apostas prioritárias para sair da crise com que estamos confrontados devido à pandemia COVID-19, considerando que as medidas para o sector da Educação com que o Governo avança, para já, no quadro do Plano de Estabilização Económica e Social são claramente insuficientes.
É que a aposta anunciada na universalização da escola digital não é a solução milagrosa que responde eficazmente à totalidade dos problemas que o sistema educativo português vai ter de enfrentar já no início do próximo ano lectivo.
É preciso ter consciência de que o novo ano lectivo de 2020/2021 terá de dar resposta às dificuldades que surgiram na sequência destes tempos: a descontinuidade educativa, apesar de todo o trabalho a distância que foi realizado; as fracturas digitais que se tornaram ainda mais relevantes nas circunstâncias que vivemos; o crescimento das dificuldades escolares e sociais, o abandono escolar, a segurança sanitária.
A crise pandémica do COVID-19 trouxe consigo uma alteração no ritmo de aprendizagem dos alunos, que se tornou ainda mais significativa para os alunos de ambientes desfavorecidos, e que aumentou ainda mais as desigualdades educativas no nosso país.
A crise serviu também para evidenciar a desigualdade digital e social dos alunos de ambientes sociais desfavorecidos.
Deste modo, esta crise de saúde confrontou-nos com um enorme desafio de equidade educativa que provocará, entre outras consequências, a necessidade de dar resposta às insuficiências educativas para os alunos mais frágeis. É que estes alunos continuarão a ficar para trás, se não forem adoptados os mecanismos que eliminem ou atenuem essas desigualdades.
É por isso que o sistema educativo deve estabelecer mecanismos que promovam a equidade educativa e a compensação das desigualdades que permitam atenuar as diferenças sociais e que façam com que o sucesso não seja condicionado pela família e pela origem social.
É por tudo isto que, para a UGT, o Governo deve disponibilizar os meios financeiros adequados para que sejam garantidos os recursos humanos que forem necessários para as medidas de reforço e compensação educativa que se revelarem indispensáveis para compensar as fragilidades que se detectarem, os recursos humanos que forem imprescindíveis para concretizar as medidas de distanciamento social que impeçam novas infecções, os recursos materiais que dêem condições para que os professores e os alunos tenham computadores, redes e plataformas que permitam o ensino a distância, e ainda os recursos humanos e técnicos que forem determinados pelas novas exigências de uma escola mais tecnológica.
Leia no link abaixo a resolução na íntegra