Foi em Lisboa, nos jardins da Torre de Belém, que a UGT realizou as comemorações do Dia do Trabalhador de 2023.A capital recebeu milhares de pessoas que quiseram mostrar a força dos trabalhadores portugueses em mais um 1.º de Maio cuja celebração contou com atuações musicais dos grupos "7 Saias" e "HMB", assim como o habitual discurso e presença de dirigentes de todos os sindicatos da UGT em palco.
Na sua intervenção, o secretário-geral da UGT, Mário Mourão, afirmou que "o tempo é de mobilização e de luta" e garantiu que “se assistirmos a um agravamento da situação económica e social do país, não teremos hesitações e acionaremos a cláusula de salvaguarda [do Acordo de Melhoria dos Rendimentos, dos Salários e da Competitividade], para que situações passadas não se voltem a repetir, nomeadamente as que fragilizam a situação já precária dos trabalhadores e das suas famílias”, acrescentando ainda que “não aceitaremos que este Acordo se fique pelo papel e que não seja acompanhado por políticas que lhe deem forma e consistência”.
Mário Mourão sublinhou, ainda, as ações da UGT na defesa dos trabalhadores e defendeu que “o tempo é de mobilização e de luta” e justificou: “no nosso ADN está o diálogo e a negociação, mas não abandonaremos as ações de luta sempre que se justifiquem, como, aliás, já está a acontecer em vários setores de atividade”.
“Estamos ao lado dos trabalhadores e faremos tudo para que não sejam eles os únicos a pagar a fatura das sucessivas crises que enfrentamos”, acrescentou.
A UGT desafiou ainda o Governo a concretizar a intenção de desagravamento de impostos em dois mil milhões de euros “e efetivamente diminuir a carga fiscal, nomeadamente aquela que diz respeito aos rendimentos do trabalho e mais intensamente no IRS, uma vez que é este imposto que mais sobe em percentagem com o PIB” e lembrou que “vivemos, aqui e ali, tentativas, mais ou menos encapotadas, de enfraquecer o papel e a intervenção dos parceiros sociais naquele que deve ser o fórum privilegiado para o reforço do diálogo e da negociação. Não podemos repetir situações do passado recente nem permitir manobras que enfraqueçam a concertação social”.
Para o líder da UGT, “são os sindicatos, em particular os da UGT, o garante de uma negociação responsável que não cede a populismos”.
A FNE e os seus sindicatos, como é o caso do SPZN, marcaram presença nesta que foi mais uma importante jornada de afirmação dos valores em que assenta o sindicalismo democrático no nosso país.