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TALIS recomenda - Reparar a desigualdade educativa: financiar as escolas mais desfavorecidas


14 Março 2022

Destaques

TALIS recomenda - Reparar a desigualdade educativa: financiar as escolas mais desfavorecidas
A Internacional da Educação (IE) e a OCDE estão de acordo que as escolas em áreas desfavorecidas devem ter um apoio adicional. E para a OCDE, as escolas com maiores desafios deveriam captar os professores com mais experiência. Estas são as ideias basilares do relatório baseado nos dados do TALIS 2018 (publicados em 2019 e 2020), intitulado “Reparar a desigualdade educativa: Professores mais fortes para as escolas  deles mais carecidas”, que foi hoje (14 de março de 2022) tornado público em todo o mundo.

O TALIS - Inquérito Internacional de Ensino e Aprendizagem é considerado pela IE como “a Bíblia das condições de trabalho dos educadores e professores”. Este documento revela informações valiosas sobre a extensão e a natureza das desigualdades digitais, postas a nu durante a pandemia.

O ponto mais focado é o exame ao tipo e extensão do apoio que os professores precisam nas escolas mais desfavorecidas. O relatório nota que, em vários países, os professores mais experientes tendem a ensinar em escolas com alunos favorecidos, e não em escolas com desvantagens socioeconómicas. Revela ainda que a disponibilidade de suporte digital aos professores tende a favorecer as escolas em áreas privilegiadas e as escolas no setor privado, em vez das escolas do setor público da Educação.

Para a OCDE, as implicações políticas que decorrem dos dados do TALIS 2018 são basicamente quatro: garantir que todas as escolas possam recrutar e reter professores eficazes, incentivar os professores a trabalhar em áreas mais problemáticas, rever os critérios de recrutamento e transferência de professores, apoiar os professores que trabalham em escolas mais desafiadoras e garantir um financiamento equitativo e transparente para as escolas.


Estabilidade nas escolas precisa-se


Por seu lado, a IE concorda que o financiamento suficiente e adicional para escolas com maiores desigualdades, com base nas necessidades dos alunos e não simplesmente no número de alunos, é a chave para apoiar os alunos social e economicamente mais desfavorecidos.

A IE acredita que é essencial que a linha de base para o financiamento em todas as escolas seja suficiente e que fórmulas de financiamento transparentes e equitativas são vitais para distribuir um financiamento adicional para escolas com necessidades suplementares.

A IE também argumenta consistentemente que trabalhar em escolas desfavorecidas deve ser visto como uma vantagem na carreira por professores experientes e deve ser reconhecido como tal quando os professores procuram avançar em suas carreiras.

Pode ser, como a OCDE recomenda, que os incentivos financeiros possam atrair professores experientes. Porém, a IE adverte contra as políticas que incentivam as escolas a adotar licitações financeiras entre si por professores, pois tal prejudicaria qualquer política destinada a apoiar todas as escolas desfavorecidas.

O objetivo mais importante para qualquer sistema educativo é garantir que todas as escolas, especialmente as de áreas desfavorecidas, tenham um grupo de profissionais estável e motivado, com salários dignos. Ainda há muitas escolas em áreas desfavorecidas, cuja falta e alta rotatividade de educadores e professores não apenas prejudicam o moral e a motivação de quem lá trabalha, como também são alvo de relatórios de avaliação externa punitivos que prejudicam ainda mais essas escolas.

Uma estratégia para melhorar o apoio a todas as escolas deve incluir sistemas de avaliação e apoio que garantam a confiança e a motivação dos educadores e professores, assim como das comunidades escolares como um todo.


Consulte aqui o Relatório TALIS - “Reparar a desigualdade educativa: Professores mais fortes para as escolas deles mais carecidas”





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