A FNE (Federação Nacional da Educação), a CONFAP (Confederação Nacional das Associações de Pais) e a ANDAEP (Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas) realizaram esta manhã uma ação comum na Escola Básica Dr. Costa Matos, em Vila Nova de Gaia, para assinalar a abertura das atividades letivas de 2020/2021.
Esta iniciativa simbólica decorreu por razões de segurança no exterior da escola e contou com a presença do Secretário-Geral da FNE, João Dias da Silva e do Presidente do Conselho Executivo da CONFAP, Jorge Ascenção, que foram recebidos pelo Diretor da Escola, Filinto Lima, Presidente da ANDAEP.
As três organizações pretenderam com esta ação confirmar no terreno as condições em que se vai desenrolar o regresso às aulas presenciais neste estabelecimento de ensino.
Para o SG da FNE, João Dias da Silva "os alunos que vão voltar agora às aulas vão ser diferentes dos que vieram às aulas em março", deixando críticas ao Ministério da Educação (ME) por prescindir dos professores do grupo de risco e por não reforçar o número de assistentes operacionais.
O Presidente da ANDAEP, Filinto Lima, partilhou da mesma ideia e reforçou que "este é um problema estrutural de há muito tempo. São necessárias mais algumas centenas de funcionários" deixando ainda um apelo ao comportamento cívico dos alunos, considerando que "gostaria que a sociedade tivesse o mesmo grau de exigência que vamos ter dentro da escola e o mesmo grau de cumprimento que penso que vai ser adotado pelos nossos alunos e pelos nossos funcionários e pelos nossos professores", afirmou.
Já Jorge Ascenção, assumiu estar "expectante para ver como as coisas vão decorrer na prática, mas com muita esperança e confiança porque todos queremos que tudo corra bem. O regresso às aulas presenciais é fundamental até para a saúde mental dos nossos filhos e é essa nota de confiança aos pais que queremos transmitir aqui hoje com esta visita ainda que saibamos que ciclicamente existirão alguns problemas que vamos tentar resolver".
A fechar a declaração conjunta aos jornalistas presentes, João Dias da Silva assumiu que está lançado um desafio aos trabalhadores da educação das escolas portuguesas, relembrando as palavras do Presidente da República de que é necessário "fazer das tripas coração" e "fazer um esforço enorme de recuperação, de aprendizagens e por isso lamentamos que o Ministério da Educação tenha decidido prescindir do trabalho de professores pertencentes a grupos de risco impedindo que continuem a trabalhar com as suas escolas, com os seus alunos, através de mecanismos de apoio e de complemento ao esforço que está a ser realizado na escolas", finalizando com o alerta para o Ministério da Educação de que "esperamos o reforço do número de assistentes operacionais e que a digitalização das nossas escolas se concretize. O Ministério devia sentir mais as suas responsabilidades".
A FNE estará na próxima 4ª feira, dia 16 de setembro, em conjunto com a CONFAP e a AEEP (Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo), no Externato S. Vicente de Paulo, em Lisboa, para apresentação das circunstâncias que foram criadas para promover condições de saúde e segurança para toda a comunidade escolar deste estabelecimento de ensino particular.
Porto, 14 de setembro 2020