Saúde na classe docente: os jovens não ambicionam uma profissão “doente”

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) indicava, já em 1981, a profissão de professor como sendo uma profissão de risco físico e mental, estando aqui naturalmente incluídos todos os níveis de ensino, embora alguns estudos revelem alguma variância entre eles.

Desde então, vários estudos especializados mostram que os professores apresentam um dos mais altos níveis de stress ocupacional comparativamente a outros profissionais. Tal deve-se aos mais variadíssimos fatores que vão desde problemas em aspetos ligados à carreira docente propriamente dita (formação, exigências profissionais acrescidas, constantes alterações na legislação, desvalorização do papel dos professores, falta de condições e recursos, distância a que os professores são colocados…) até aos problemas relacionais com superiores hierárquicos, colegas, pais, alunos e outros intervenientes no processo educativo. Ora, perante tais dados - que têm vindo a revelar-se cada vez mais desanimadores -, torna-se gritante a inércia do nosso Governo, que insiste em ignorar as tentativas dos sindicatos de negociar as atuais condições.

A saúde na profissão docente é uma problemática com a qual o Ministério da Educação se deveria preocupar, procurando encontrar estratégias eficazes com o intuito de melhorar e minimizar os danos físicos e emocionais que a profissão provoca nos docentes.

Assim, o Sindicato dos Professores da Zona Norte (SPZN) e respetiva Comissão da Juventude exigem que o Ministério da Educação, enquanto entidade empregadora dos professores/educadores das escolas públicas portuguesas, atente a esta grave situação pela qual milhares de docentes passam nos dias de hoje.

A Juventude SPZN pretende que os mais jovens ambicionem ingressar na carreira docente sem que tenham como consequência dessa opção o surgimento de problemas de saúde fisica e mental, colocando em causa o seu desempenho profissional e a sua saúde. Apenas desta forma poderemos garantir uma Educação de qualidade, pois os nossos alunos têm o direito a ter professores fisicamente sãos e emocionalmente equilibrados.

22 de junho de 2023,

A Comissão da Juventude SPZN