secretariado@spzn.pt https://sindicatodosprofessores.pt/uploads/seo/big_1714128161_9668_big_1711985899_8530_spzn_logo_new.png

Ensino Português no Estrangeiro no ano letivo 2023/2024 com menos alunos, menos professores e menos transparência


18 Setembro 2023

Notícias FNE

Ensino Português no Estrangeiro no ano letivo 2023/2024 com menos alunos, menos professores e menos transparência

A Rede de Cursos do Ensino Português no Estrangeiro (EPE), publicada a 28 de agosto, cerca de duas semanas depois de grande parte dos professores já terem iniciado as atividades letivas, vem confirmar o conhecido facto de se registar uma progressiva redução de docentes, menos 7 no ano letivo passado e menos 5 neste ano que agora se inicia.


Estes números podem parecer insignificantes, mas no caso do EPE não o são, por ser um sistema que desde 2010/2011 tem vindo a ser alvo de um estrangulamento progressivo por parte do MNE/Instituto Camões, verificando-se que nos vários países da Europa apenas há cerca de 280 professores com horário completo.

Infelizmente, parte do poder político considera o EPE como sendo “muito caro” e um “peso” para o erário público, uma das razões que levou à instituição da tristemente famosa taxa de frequência, ou propina, obrigatória nos cursos frequentados maioritariamente por alunos portugueses e luso descendentes, cujo número continua a diminuir.

Não causa assim espanto que dos países atingidos por esta diminuição de alunos se destaquem, pela negativa, a Suíça e os Países Baixos, países onde a “propina” é obrigatória, sendo a situação na Suíça extremamente preocupante, pois em 2020 havia mais de 8 mil alunos e 82 professores e atualmente apenas há 7200 alunos, menos 500 que no ano passado, restando 63 horários de 22 horas.

Além disso, a Rede de Curso EPE, publicada em diário da república, que no passado era útil para verificação de número de docentes e de cursos, padece agora de opacidade, pois não distingue os cursos a pagamento dos cursos gratuitos, e quais os horários híbridos que incluem cursos a distância, que funcionam em França, Alemanha e Reino Unido.

Também não são identificados na Rede de Cursos quais os que vão funcionar somente à distância, apesar do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo, ter referido que iriam funcionar em Bordéus e Estraburgo, com turmas de 15 alunos, o que não deixa de ser estranho, uma vez que este número de alunos permitiria certamente assegurar o ensino do português em regime presencial.

Porém, é óbvio que, em países como França e Luxemburgo, onde o ensino é gratuito, respetivamente até ao 5.° e 6.° ano, se registou um leve aumento de professores, um no Luxemburgo e dois na área de Paris, circunstância que deita por terra a falsa teoria de que a exigência de pagamento não afeta o número de alunos.

Menos alunos, menos professores, menos qualidade de ensino e aulas a distância que nenhum sistema escolar reconhece.

É urgente inverter esta trajetória, é urgente encetar um processo de negociação que passe pela valorização do Ensino Português no Estrangeiro e dos seus profissionais, para que este possa efetivamente cumprir a sua missão de afirmar e difundir a língua portuguesa no mundo e proporcionar a aprendizagem da língua, da história, da geografia e da cultura nacionais às comunidades portuguesas.

Porto, 18 de setembro de 2023

A Comissão Executiva da FNE




Notícias Relacionadas

Primeira reunião sobre revisão do ECD

Primeira reunião sobre revisão do ECD

Pedro Barreiros, SG da FNE, fez o resumo da reunião da ma...

21 Outubro 2024

Conclusões da 2ª reunião de acompanhamento da recuperação do tempo de serviço

Conclusões da 2ª reunião de acompanhamento da recuperação do tempo de serviço

Paulo Fernandes, SG Adjunto da FNE, com as conclusões d...

21 Outubro 2024

Inscrições abertas para a XI CONVENÇÃO NACIONAL FNE/CONFAP/ANDAEP - 26 de outubro, em Aveiro

Inscrições abertas para a XI CONVENÇÃO NACIONAL FNE/CONFAP/ANDAEP - 26 de outubro, em Aveiro

AVISO: MUDANÇA DE LOCAL Prezados(as) participantes, ...

20 Outubro 2024

Voltar